Muito longe de apresentar tempos competitivos nos dois primeiros treinos livres do GP do Canadá nesta sexta-feira, Lewis Hamilton já não está tão esperançoso em melhorias no W13, carro da Mercedes para a temporada 2022. Oitavo e 13º nas sessões que abriram a etapa, respectivamente, o heptacampeão acredita que não há mais soluções para obter desempenho do monoposto.
– Esse carro é tão ruim. Hoje como tem sido em todas as sextas-feiras, tentamos muitas coisas novas, um novo assoalho no meu carro que não funcionou. Nada parece funcionar com esse carro. Eu e George pilotamos com ajustes diferentes no segundo treino só pra ver de qual jeito funciona ou não. Pra mim, foi um desastre. Parece que o carro só piora. Ele está ficando mais e mais infeliz a cada coisa que mudamos nele – desabafou.
A Mercedes acreditava que os saltos (efeito porpoising, gerado pelo desequilíbrio de pressão sob o carro) eram o maior problema do W13. A questão foi parcialmente resolvida com um novo assoalho e mudanças na asa dianteira em Barcelona, no último mês, mas o carro segue sem ritmo.
Fim do reinado: números expõem queda da Mercedes na F1 em 2022
O heptacampeão não vence desde o GP da Arábia Saudita de 2021, em dezembro passado. São nove provas sem subir ao lugar mais alto do pódio, maior seca de triunfos de sua carreira, em 15 anos.
Embora tenha resultados melhores que os do colega, George Russell, recém-chegado no time em 2022, também esteve longe de ser um destaque nas sessões dominadas por Max Verstappen no Circuito Gilles Villeneuve; o jovem piloto foi sexto colocado no primeiro treino, e sétimo no segundo.
Os circuitos de rua – casos dos GPs de Mônaco, Azerbaijão e Canadá – têm dado ainda mais dor de cabeça (e de coluna) para a Mercedes; as pistas mais onduladas e os ajustes no carro aumentaram os quiques. O problema também afetou os carros de outras equipes e fez a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) promover medidas para atenuá-lo. Mas até lá, Hamilton seguirá sofrendo.
– Foi bem difícil, nunca me senti tão mal com qualquer carro aqui. Essa não é a Montreal que eu conheço. Espero que possamos fazer mudanças à noite, mas o carro é fundamentalmente assim, vai ser uma luta. Quando ele sacode, é quando ele levanta do chão. E quando ele pousa, ele gruda no chão. Vamos levantá-lo para ver se faz alguma diferença – detalhou o heptacampeão.
Jogando a toalha
Hamilton passou por altos e baixos em seu astral neste duro começo de temporada para a Mercedes, chegando a desabafar em abril que a equipe não está “lutando pelo campeonato”. Mas o discurso esperançoso que ele recuperou com a evolução na Espanha foi perdido, e ele já foca em 2023:
– As coisas são assim, vamos continuar trabalhando. Esse é o carro que temos pro ano. Só vamos trabalhar duro para fazer um carro melhor pro próximo ano.
A Mercedes ocupa a terceira colocação no Mundial de construtores, atrás da Ferrari e a líder RBR. Mas apesar da má fase, o time conseguiu diminuir a desvantagem pra Ferrari de 65 para 38 pontos.